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A importância da eficiência energética no ramo hoteleiro

@fonteGazetadoPovo
A redução de custos é uma busca constante das empresas, principalmente em períodos econômicos mais difíceis. Muitas vezes, economizar é uma questão de sobrevivência para o negócio. Para não fechar as portas, é importante encontrar formas de diminuir os gastos em qualquer área em que isso seja possível.
O setor hoteleiro é uma área marcada pela sazonalidade, com períodos de alta e de baixa temporada, e precisa sempre procurar o corte de custos para ter uma operação equilibrada durante todo o ano. Uma forma de economia encontrada por muitos empresários da área foi o investimento na energia limpa – o consumo de luz costuma ser o segundo custo mais alto para os hotéis, atrás somente da folha de pagamento.
Com o aumento de tarifas causado pelas mudanças estruturais do setor elétrico e a preocupação em reduzir os impactos ambientais e incentivar energias alternativas, a busca por eficiência energética é uma das formas de tornar o empreendimento hoteleiro sustentável. Isso funciona em conjunto com outras práticas já realizadas em maior ou menor escala pelos gestores. Entre elas, temos: sistemas para economia e reaproveitamento de água, redução da produção de resíduos sólidos, coleta seletiva, uso de produtos de limpeza biodegradáveis, uso de materiais reciclados na sua construção, entre outros. Por meio dessas medidas, somadas à otimização e à maior eficiência dos principais equipamentos utilizados – como aquecimento de água, iluminação e, principalmente, climatização – há a contribuição para a redução no consumo de energia.
Outra prática que tem sido abordada pelos gestores, e que influencia significativamente na redução dos gastos com energia elétrica, é a geração própria de energia utilizando fontes alternativas ou renováveis, como fotovoltaica ou hídrica. O fomento para projetos desse tipo é incentivado pelo governo federal através de uma resolução da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), publicada em 2012. A agência estabeleceu condições gerais para microgeração e minigeração de energia elétrica, criando um mecanismo de compensação para quem investe na área.
Com a resolução, muitos gestores identificaram a oportunidade de gerar a própria energia, reduzindo os custos de energia em até 90%, além de também associar seu empreendimento ao uso racional e consciente de recursos naturais – o conhecido marketing verde. Em geral, os empreendedores têm optado por investimentos em geração fotovoltaica, que estão amplamente disseminados, com grandes empresas nacionais e internacionais atuando fortemente nesse mercado.
A opção pela geração distribuída, regulada pela Aneel, solucionou um dos entraves desse tipo de investimento, que era a conexão do empreendimento de geração à rede de distribuição de energia das concessionárias locais. Dessa forma, a energia gerada pode ser injetada diretamente na rede, não necessitando de investimentos em armazenamento de energia. Isso permitiu ainda que toda energia gerada possa ser utilizada na forma de créditos para compensar a energia consumida pelo empreendimento, seja no próprio local de geração ou em outras unidades do grupo empresarial, dentro da mesma rede da concessionária de distribuição de energia.
Planejamento e investimento
O planejamento para se ter um empreendimento com energia limpa é fundamental para maximizar os efeitos de redução de gastos com energia. A escolha de parceiros com credibilidade, mas principalmente com qualificação técnica, garantem não só a confiabilidade do projeto, mas também a adequada performance dos equipamentos de geração de energia ao longo da vida útil estimada no modelo de negócios, vital para o sucesso de um projeto na área. A parceria envolve ainda a modelagem financeira.
O BRDE – Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul é um dos principais financiadores desse tipo de empreendimento, oferecendo prazos, taxas e volumes adequados, bem como a estruturação e acompanhamento do projeto.
Do ponto de vista financeiro, o retorno sobre o investimento dos empreendimentos em energia limpa ocorre, em média, com 60 meses. As linhas de financiamento disponíveis no BRDE permitem modelar os investimentos com prazos de até 120 meses, gerando segurança para o retorno do investimento – a vida útil de equipamentos de geração fotovoltaicos é de 20 a 25 anos.
Projeto financiado
Uma empresa que realizou seu projeto de geração de energia fotovoltaica com apoio do BRDE foi o hotel Recanto Cataratas Thermas & Resort, de Foz do Iguaçu (PR). O objetivo do projeto é diminuir o custo operativo de energia elétrica do hotel e também permitir a injeção do excedente de energia na rede de média tensão da Copel, caracterizando o sistema de compensação de energia ou geração distribuída.
O valor total do investimento será de quase R$ 15 milhões, financiados totalmente pelo BRDE. Nele, a planta solar irá converter a energia de radiação solar em eletricidade através de uma série de módulos fotovoltaicos, que serão instalados em estruturas metálicas fixadas na cobertura do estacionamento do empreendimento.

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